Com restrições devido à falta de verbas, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) no Amapá teve 80% de redução no policiamento das BRs 210 e 156, principalmente nas áreas urbanas. Os agentes estão priorizando atender ocorrências de acidentes graves para conter gastos, sobretudo com gasolina. Apesar disso, a operação permanente no trecho entre Calçoene e Oiapoque, na BR-156, não foi afetada.

No dia 5 de julho, a superintendência nacional anunciou redução imediata no patrulhamento de estradas com viaturas em todo o país. Os cortes de serviços foram determinados após um contingenciamento de verbas decretado pelo Governo Federal em março.

No Amapá, foram afetados serviços administrativos e operacionais, principalmente os de atendimento ao público, com horário reduzido para cinco horas diárias, de 8h às 13h. Os policiais, que trabalhavam de 8h às 17h, têm expediente até 13h30 e podem trabalhar, quando necessário, até 2 horas a mais em casa.

O maior impacto foi nas rondas e fiscalizações, que diminuíram, para economizar combustível. Num fim de semana, por exemplo, as equipes faziam seis rondas por dia e agora realizam apenas duas diariamente, segundo a superintendência da PRF no estado.

“As rondas inibem diversos crimes, além dos de trânsito. Diminuímos as rondas urbanas, mas os atendimentos de acidentes com vítimas a gente não pode deixar de fazer. Restringimos as rondas para quando houver necessidade de deslocamento maior, a gente tenha segurança”, explicou a superintendente substituta, Jorivana Brito.

Num trecho de terra de 100 quilômetros no extremo Norte da BR-156, entre Calçoene e Oiapoque, há uma operação considerada permanente que não foi afetada, apreendendo, inclusive, drogas e prendendo dois homens na segunda-feira (24). A região é monitorada em função de vários atoleiros causados pela grande incidência de chuvas.

A superintendente em exercício informou ainda que algumas ocorrências na área urbana são repassadas para a Polícia Militar. A PRF entende que as mudanças afetam principalmente os usuários das rodovias.

“A população tem o prejuízo maior. Nossa presença inibe a criminalidade. A gente sabe que não vai extinguir, mas a criminalidade vai aproveitar essa ausência. No operacional, o impacto foi maior ainda que no administrativo”, afirmou Jorivana.

O Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais do Pará e Amapá (SinPRF PA/AP) comentou que os cerca de 100 trabalhadores da instituição se sentem limitados na atuação ostensiva e de prevenção nas rodovias.

“A gente tem toda uma malha de rodovias para cobrir, e principalmente com a limitação do combustível travou o serviço, que se limita mais aos postos. Nossa presença, que inibe a conduta errada, é muito menor, podendo aumentar o número de acidentes e crimes. Parece que não é importante esse trabalho”, comentou Dennis Leal, representante do sindicato no estado.

O aumento no número de crimes nas rodovias ainda não foi perceptível, segundo a superintendência. A PRF tem dois postos no Amapá, um em Macapá e outro em Oiapoque, que não foram desativados.

Fonte: G1.com