01/08/2015 21:53
Doação de alimentos é um reforço mais que bem-vindo para a Clínica da Alma
Continuando a entrega das duas toneladas e meia de alimentos arrecadados durante a campanha “Menos drogas e mais solidariedade”, hoje pela manhã, o Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais de MS (SinPRF-MS), por meio de sua diretoria e voluntários, foram até a Chácara da Clínica da Alma, que trata de dependentes químicos, entregar um pouco mais de 630 quilos de alimentos destinados àquela instituição.
O comboio formado por cinco carros, PRFs e voluntários, foi recepcionado pelo Pastor Milton Marques, responsável pela comunidade terapêutica, que agradeceu o apoio dos policiais e mostrou as dependências e o trabalho realizado na Chácara com os residentes.
Distante 15 km de Campo Grande, o local não tem muros e nem guarita e abriga atualmente 150 homens que vagavam pelas ruas de todo o estado, dependentes de corpo e de alma, dos mais variados tipos de drogas. “Não tenho mais como voltar atrás neste trabalho, não tenho como dizer não para uma mãe que implora por uma vaga aqui para seu filho”, explica o pastor emocionado, enquanto leva os visitantes para conhecer os alojamentos e a igreja, que funciona em um barracão.
O que surpreende é o asseio do local e as mais diversas placas com versículos bíblicos e palavras de ânimo espalhadas pela chácara. Até há alguns meses, existiam barracos de lona no local, que foram substituídos por um barracão construído pelos próprios residentes com ajuda de doações. Aliás, tudo no local é mantido por doações e o tempo de tratamento, que pode durar de seis meses a um ano, é inteiramente gratuito. “Muitos chegam aqui apenas com a roupa do corpo, pois já perderam tudo para as drogas”, explica Marques. O Poder Público, tanto prefeitura quanto estado, não contribuem com absolutamente nada. Pelo contrário, em 2014, após denúncia de trabalho escravo e violência, a clínica foi alvo de investigações do Ministério Público, vigilância sanitária, Conselho Municipal de Saúde entre outros, que querem fechar o local. “Disseram que não podíamos criar galinhas, porcos e o trabalho sem salário era escravidão. Como vou alimentar tanta gente? Se fecharem, eles vão para onde?”, questiona.
Além dos alimentos, todas as roupas e sapatos arrecadados durante a campanha foram deixados no local. Enquanto os carros eram descarregados, o empresário Mário Neves, chegou para uma visita. “Conheci a chácara por meio de um amigo e sempre que posso, venho aqui”, explica. Ele é um mantenedor da obra e apoiador do trabalho do pastor.
O presidente do SinPRF-MS, Lúcio Nogueira ficou impressionado e surpreso pelos desafios quotidianos enfrentados pela comunidade. “Todos os dias retiramos das rodovias drogas que se chegam às ruas, acabam por destruir muitas vidas, pois não atinge apenas uma pessoa, mas uma família, uma comunidade e é gratificante podermos contribuir, de alguma forma, para que este trabalho continue”, finalizou.
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