O lançamento da campanha aconteceu em âmbito nacional e visa sensibilizar o Governo Federal quanto à necessidade da reestruturação de carreira do PRF que, hoje, é a mais defasada se comparada às demais carreiras típicas de estado da União. “A reestruturação é uma necessidade, pois perdemos a cada ano muitos policiais que acabam desmotivados e acabam migrando para outras atividades melhores remuneradas”, explica Lúcio Nogueira, presidente do Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais de Mato Grosso do Sul. Para se ter uma ideia, o estado conta com 753 quilômetros de fronteira seca como Paraguai e Bolívia, principais portas de entrada de drogas e contrabandos dos mais diversos, e escoamento de carros roubados ou furtados no Brasil. Os policiais que trabalham nessas regiões não recebem adicional de fronteira. Além disso, não há incentivos como o adicional noturno, nem de periculosidade e nem insalubridade. “Acabamos perdendo todo o material humano treinado e capacitado para o enfrentamento diário da violência no trânsito brasileiro e o combate ao crime que circula nas nossas rodovias”, afirma Nogueira. Como forma de protesto contra a falta de efetivo no estado que, segundo o presidente, deveria ter três vezes mais policiais em pista, foram colocados bonecos de papelão ao logo da via. O evento contou com a presença do PRF aposentado Zenildo de Oliveira que em 1992 foi baleado no mesmo local durante uma abordagem de rotina e ficou paraplégico. “Sempre fui um apaixonado pela minha profissão e estou aqui para que outros colegas não passem pelo que passei”, afirma. Os policiais contaram, ainda, com a participação de integrantes do Movimento Mães da Fronteira, fundado por Ângela Fernandes e Lilian Silvestrini, mães dos acadêmicos Breno e Leonardo, mortos em agosto de 2012 após terem o veículo roubado para ser trocado por drogas na Bolívia. Elas participaram da panfletagem e agradeceram o empenho e esforço dos policiais rodoviários federais na luta diária contra a violência nas rodovias do estado. Algumas das principais demandas dos Policiais Rodoviários Federais da Campanha Salarial 2015: 1) Reestruturação de carreira 2) Regulamentação de escalas de serviço para que não haja mais policiais sozinhos em plantões 3) Não fechamento de postos de fiscalização 4) Adicional Noturno 5) Retorno do adicional de periculosidade e insalubridade 5) Indenização de fronteira 6) Fim da contribuição dos inativos 7)Reajuste do auxílio creche – equiparação com o judiciário e legislativo 8) Melhorias nos postos Dados de efetivo Em Mato Grosso do Sul, o efetivo total da PRF entre administrativos e policiais de pista é de 423. Desses, 350 são policiais de pista. 20 são lotados em operações especiais, 12 são do plantão de emergência, fora os que estão de licença ou de férias. O efetivo em exercício gira em torno de 300, divididos em 21 postos, cada um com 4 equipes. Faixa de fronteira a ser fiscalizada pela PRF Total= 1.517 km (de um total de 3800Km) 1.131 km com o PARAGUAI (434 KM DE FRONTEIRA SECA) 386 KM COM A BOLÍVIA (319km DE FRONTEIRA SECA) Atuação dos PRFs em todo o Brasil: Apreensão de maconha – Brasil: 168,72 T; MS: 74,95T; Apreensão de cocaína – Brasil: 7,819 KG; MS: 2,617,4 KG; Testes de alcoolemia: 1.529.396; Atuações alcoolemia: 34.281; Prisões por alcoolemia: 8.461; Pessoas fiscalizadas: 7.263.051; Queda de mortes nas rodovias federais: 15,3%.