O IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor - Amplo 15), considerado uma prévia da inflação oficial (IPCA), ficou em 1,42% em fevereiro. É a maior alta de preços medida pela IPCA-15 para meses de fevereiro desde 2003, quando registrou 2,19%. O valor representa uma aceleração em relação ao mês anterior, quando o indicador havia registrado alta de 0,92% nos preços. Em fevereiro de 2015, a taxa havia sido 1,33%. Em 12 meses, o indicador acumula alta de 10,84%, a maior desde novembro de 2003, que chegou a 12,69%. Os dados foram divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta terça-feira (23). O objetivo do governo é manter a alta dos preços em 4,5% ao ano, mas há uma tolerância de dois pontos percentuais para mais ou para menos, ou seja, a inflação pode variar entre 2,5% e 6,5%. Alimentação puxou índice Segundo o IBGE, as pressões mais fortes na formação do índice do mês vieram dos grupos Alimentação e Bebidas, com alta de 1,92% e impacto de 0,49 ponto percentual no indicador, Transportes, com 1,65% e 0,30 p.p. e Educação, com 5,91% e impacto de 0,27 p.p. Nos alimentos, destacam-se, com aumentos significativos, a cenoura (24,26%), a cebola (14,16%), o tomate (14,11%), o alho (13,08%), a farinha de mandioca (12,20%) e as hortaliças (8,66%). Nos transportes, destacam-se as tarifas dos ônibus urbanos, com alta de 5,69%. De acordo com o IBGE, também foram registrados aumentos expressivos nas tarifas de trem (6,12%), metrô (5,27%), ônibus intermunicipais (5,04%) e táxi (3,65%), além da alta do litro do etanol (4,92%) e da gasolina (1,20%). Segundo o instituto, a alta de 5,91% registrada no grupo Educação reflete os reajustes praticados no início do ano letivo, especialmente os aumentos nas mensalidades dos cursos regulares, item que subiu 7,41%. Taxa de Juros Apesar das expectativas persistentemente altas de inflação, o Banco Central decidiu em janeiro manter a taxa básica de juros em 14,25% em meio a pressões para que não mexesse na Selic devido à forte recessão econômica. A taxa de juros é um dos principais instrumentos usados pelo BC para controlar a inflação. 2015 terminou com inflação de 10,67% A inflação oficial no Brasil fechou 2015 em 10,67%, muito acima do limite máximo da meta do governo. Foi a maior alta de preços anual desde 2002 (12,53%). Na segunda-feira, economistas projetaram, no boletim Focus, do Banco Central, que a inflação em 2016 será de 7,62%. Metodologia O indicador refere-se às famílias com rendimento de um a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica. Fonte: Uol (Com Reuters)