Para dissolver o impasse que se instalou no processo de negociações em curso na Secretaria de Relações do Trabalho (SRT) do Ministério do Planejamento será necessário um intenso trabalho de mobilização por parte dos servidores federais. A unidade da categoria será fundamental para evitar que o processo de negociações seja totalmente contaminado por uma política econômica equivocada que empurra para longe uma solução rápida para os problemas que o país atravessa. A política de ajuste fiscal com redução perversa de recursos que afetam tão somente a classe trabalhadora jamais será a melhor saída para um país que precisa aquecer sua economia e voltar a crescer. Não se resolve um problema criando e aprofundando diversos outros. A Condsef espera que o governo reflita a respeito da imposição que afeta e impede avanços no processo de negociações com os servidores. Enquanto servidores querem negociar perdas reais, o governo foca num cenário incerto, num futuro que não conseguem prever. Uma nova reunião deve ocorrer na próxima semana. É preciso que o governo assegure que seus interlocutores, de fato, negociem com os servidores. Manter um discurso impositivo emperra e não garante que avanços aconteçam no cenário, arrefecendo cada vez mais os ânimos. Caso o discurso permaneça o mesmo torna-se impossível a instalação de um diálogo saudável, prática de um processo de negociações de fato. Imposição não é negociação. Portanto, a Condsef espera que o governo reveja a posição equivocada de manter a mesma proposta já rejeitada pela maioria absoluta dos servidores federais que prevê um reajuste de 21,3% dividido em quatro anos. Considerando o cenário de inseguranças e experiências anteriores, os servidores jamais vão aceitar a imposição dessa condição. Além disso, o governo está atrelando o avanço de outros itens que fazem parte da pauta de reivindicações urgentes da categoria a aceitação dessa proposta. Aceitar o acordo imposto pelo governo em um cenário de quatro anos é inviável. “De quatro em quatro anos o que temos é a Copa do Mundo e os servidores, por sinal, não vão querer um resultado tão negativo de 7x1 como teve o Brasil na última Copa”, ponderou o secretário-geral da Condsef, Sérgio Ronaldo da Silva. Reação é inevitável – Diante de todo esse contexto, os servidores precisam de forma inevitável reagir. Esse momento teve início mais fortemente com a marcha desta quarta-feira, 22, que levou mais de 5 mil servidores à Esplanada dos Ministérios. Na segunda, 27, diversas categorias devem iniciar um movimento de paralisação de atividades que pode tomar proporções de uma greve geral na administração pública. Muitas categorias já iniciaram um movimento de greve como é o caso dos servidores do INSS, professores e técnicos administrativos das universidades, servidores do Judiciário e outros. Na próxima terça, 28, a Condsef, além de outras entidades, participa de uma atividade convocada pela CUT em frente ao Ministério da Fazenda. O objetivo é cobrar uma mudança de rumos na política econômica que já se mostrou ineficaz e mergulha cada vez mais o Brasil numa de suas crises mais graves. É preciso reagir. Não se pode aceitar de forma pacifica que essas imposições e políticas de ajuste que só servem para atender interesses de poucos seja o fio condutor de um país com os problemas e complexidades do Brasil. Fonte: Condsef